segunda-feira, junho 07, 2004

não se trai o coração

e a festa terminou. foi um final sereno e pesado. um final de amigos. um fecho de luzes negras, de mãos frias e coração cheio.
equilibrados num fio de luz, dois vultos, um paradoxo. um príncipe e uma deusa. no esguio corpo, lado a lado, alinharam-se as contradições. hamlet, homem, norte, dúvida, morte. diana, mulher, sul, certeza, vida.
enquanto hamlet se consumiu com a dúvida de "ser ou não ser". diana, a deusa, no dia do seu aniversário, dizia a seu pai: " quero correr livre e selvagem, sou quem eu sou e sei quem sou". e foi. e é.
agora que as luzes dos nossos olhos te iluminam, és feliz. e nós contigo.
trair ou não a família consumiu Hamlet. tu só serás consumida no dia em que traíres o teu coração e todos aqueles que nele se abrigam.
quando os holofotes jaziam escuros no chão e tu iluminavas as salas com esse sorriso largo, eu recolhia elogios que tombavam dos lábios alheios. são bonitos e quentes. passarão de agora em diante, e por muito tempo, em rodapé, nos meus olhos cheios de orgulho.