quarta-feira, março 03, 2004

O nojo

nojo afér. de enojo < Lat. in + odiu, com ódio
s. m., náusea; enjoo; asco; aquilo que inspira asco ou repugnância;
fig., luto; mágoa; mortificação; vergonha; pejo;
ant., dano; prejuízo.

É com um forte sentimento de nojo que olho para o "país dos avelinos", como o classifica Luciano alvarez na edição de hoje do Público.
Nojo dessas personagens tenebrosas que vivem ameaçando quem os questiona e confronta com os seus caciquismos e negociatas.
Nojo daqueles que, olhando para os soldados que comandam, glorificam uma polícia que se tolhe e encolhe.
Um força flácida e barriguda de ideias. Um dispositivo que nunca funciona e no entanto merece vivas e hurras governativos.
Nojo dos políticos que nunca vêem televisão quando deviam. Nojos dos dirigentes que não comentam assuntos internos quando estão no estrangeiro.
Nojo dos líderes parlamentares que não comentam assuntos desportivos, porque eles possuem um peso relativo.
Nojo dos presidentes das ligas que precisam de se conter nas cadeiras para não virarem avelinos.
Nojo dos presidentes das ligas que garantem que a culpa foi da televisão que gravou e difundiu as imagens.
Eu tenho nojo de um país que entrega estes criminosos à justiça desportiva. Eu tenho nojo de um país que se orgulha deste poder autárquico.
Eu tenho nojo de todos aqueles que defendem estes e outros arruaceiros, na rua, nos tribunais, nos parlamentos.
Aguentemos o nojo, porque há mais avelinos com vontade de saltar para a cadeira.