quinta-feira, novembro 13, 2003

O eco

Já muita gente terá afirmado que afinal "Entre pedras, o eco do vazio", pois as palavras minguaram e tornaram-se tão ténues, como ténue e frágil vai correndo a vida por estas paragens.
O estertor dos dias no Vale do Sousa asfixia, entre a imobilidade do granito e a tacanhez do cimento.
As cidades cumprem os serviços mínimos.
A existência clama apenas por comida, água, electricidade e gás.
A alma definha, à fome, ao frio e à sede.
Ninguém se questiona.
O torpor de um gigantesco Xanax tomou conta de tudo. Felizes, os autarcas olham para este outonal adormecimento com o terno olhar paternal de quem acaricia os pobres e deprimidos.