quinta-feira, fevereiro 19, 2004

A presunção

Está instalada a discussão: será que alguém que foge à justiça merece ser olhado como presumível inocente, tal qual aquele que encara a acção judicial de cara levantada?
A presunção da inocência é cega e estes pormenores pouco contam, mas até que ponto é legítimo que alguém, que nega os princípios fundamentais da justiça, reclame um estatuto de virgem pura e casta.
Aqui aplica-se a célebre teoria da mulher de César, mesmo que a mulher de César esteja de páreo no Calçadão a curtir o Carnaval.
Entre os dois autarcas, sobre os quais me tenho debruçado, existe uma diferença fundamental: um fugiu para o Brasil e reclama para si o dom da infalibilidade, o outro ficou e explora a ausência de vergonha na cara de todos aqueles que se recusam a fazer tudo, quanto devem, para esclarecer o que há muito toda a gente já viu.
Mesmo que o meu amigo Macedo não goste desta posição, uma coisa é clara aos olhos de toda a gente: já que nos querem gozar, façam-no cara-a-cara e não por video-conferência.