segunda-feira, novembro 17, 2003

O ranço

Este fim-de-semana a penafidelense política voltou ao activo com a realização da convenção autárquica do Partido Socialista. Mais uma vez os mlitantes e autarcas rosa reuniram-se para debater as políticas locais e municipais durante uma tarde.
Sem a força de outros anos e claramente em perda em relação à edição transacta, os socialistas traçaram os problemas que assolam a prática do executivo camarário da coligação PSD/PP.
Ao longo de algumas horas foram identificados os vícios e erros acumulados nos dois últimos anos, nas áreas do ambiente, cultura e acessibilidades.
Se algumas das críticas fazem sentido e sublinham acções que tardam em arrancar, outras porém trazem a gratuitidade e o facilistismo preguiçoso.
Disso exemplo é a intervenção da Juventude Socialista que atacou com toda a força a política cultural da coligação, que, segundo os jotinhas, se queda por uma pura e simples persecução das actividades iniciadas pelo executivo rosa.
Depois de baterem na tecla que esta é a Câmara do Show-off e do espectáculo, acusar o executivo de ser um mero seguidor do PS é um tiro no pé. Dizer que a actual autarquia se apoderou do Festafidélis e de outras iniciativas é um exercício de desonestidade intelectual feita por principiantes. A memória selectiva é outro dos erros dos inexperientes, aqueles que só se lembram do que querem. A legitimação das nossas ideias passa pela justiça de saber ver na acção dos nossos opositores pontos positivos e negativos.
Esquecer que a Bienal de Pintura (ideia socialista do vereador Nuno Peixoto) ganhou uma maior notoriedade pelas mãos do actual executivo é mais um daqueles esquecimentos simpáticos para as mentes mais pequeninas.
No final poucas ou nenhumas ideias novas ou pelo menos diferentes das actuais saíram do conclave.
A única novidade acabou por ser a intervenção do ex-vereador Sousa Pinto que se referiu ao actual executivo como um grupo de mocitos, a quem se manda comprar rebuçados, acompanhados por um velho caquético.
Há muito que não se sentia este velhinho cheiro a ranço político, o bolor e o verdete dos insultos gratuitos está de volta.
Quando o Partido Socialista reclama um tratamento sério e sem enxovalhos, eis que surge um dos paladinos da política de antanho a tentar relembrar o que há muito fazemos por esquecer.