segunda-feira, março 14, 2005

"12" ou o meio-dia da vida

"Quando a hora dobra em triste e tardo toque
E em noite horrenda vejo escoar-se o dia
Quando vejo esvair-se a violeta, ou que
a prata a preta têmpora assedia

Quando vejo sem folha o tronco antigo
Que ao rebanho estendia a sombra franca
E em feixe atado agora o verde trigo
seguir o carro, a barba hirsuta e branca;

Sobre tua beleza então questiono
Que há de sofrer do Tempo a dura prova,
Pois as graças do mundo em abandono

Morrem ao ver nascendo a graça nova.
Contra a foice do Tempo é vão combate,
Salvo a prole, que o enfrenta se te abate."

William Shakespeare, soneto 12º

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Cool blog, interesting information... Keep it UP »

11:29 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Best regards from NY! »

2:49 da manhã  

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