quarta-feira, março 16, 2005

em França, como cá...

"Antoine, o herói do livro, levou ao pé da letra a pose inconformista do intelectual francês. Não consegue enquadrar-se em nada. Cansado dessa existência miserável, conclui que a inteligência é uma doença que só traz sofrimento. E decide ficar burro.
Antoine só não é francês em um detalhe: não bebe vinho. Tenta se imbecilizar enchendo a cara, mas descobre que tem uma intolerância orgânica ao álcool. Procura então um médico para remover a inteligência de seu cérebro, mais ou menos como os curandeiros medievais extraiam a "pedra da loucura". O bom doutor lhe dá uma solução mais delicada: um antidepressivo. Munido dessa arma química, Antoine vai anular seu espírito crítico para se integrar a uma grande corporação. Page diz que seu herói foi concebido como um típico estudante fracês de esquerda."

in Veja 16-03, Jerônimo Teixeira sobre o lançamento do livro "Como me tornei estúpido", de Martin Page