sábado, agosto 02, 2003

Os amigos

Ontem suspirei, numa daquelas reuniões estivais em plena esplanada, que devia começar a seleccionar melhor as amizades. Ao fim de cinco minutos de conversa já tinhamos chegado à conclusão de que a nossa união se consubstancia nas nossas enormes diferenças. Por isso é que os nossos encontros são uma sistemática animação, nunca nos entendemos e dificilmente estaremos de acordo em muitos dos problemas que se nos colocam.
Este é o nosso segredo, temos sempre material para discordar, discutir e até chocar os amigos com uma ou outra revelação.
É bom saber que, de vez em quando, podemos surpreender os que nos são próximos pelo simples facto de despirmos esse fato cinzento e chato da equidistância e assumirmos as nossa lutas com um calor inusitado.
"Zé Manel" o segredo está na forma como olhamos para as nossa festas: para mim serão sempre bravas, cheias de farpas, pegas de cara e muito sangue. Para ti serão sempre delicodoces, esse sentido muito "soixante huitard" que te assenta na perfeição, mas com o qual embirro por natureza.
É esta a nossa unidade e nunca será possível representá-la com um amontoado de calhaus, numa dessas rotundas da vida