terça-feira, julho 29, 2003

O Mamarracho

Penafiel está a poucos dias de ser uma cidade como muitas outras. Se lentamente nos fomos habituando ao surto de rotundas, e derivados, que foram sendo construídas ao longo dos últimos anos, já não nos conseguimos habituar aos projectos de monumentos e afins que se perspectivam.
Quis o destino que Penafiel entrasse para esse estranho clube das cidades com mamarrachos no meio de rotundas. paredes é o que nós sabemos, são muitos os exemplos de monumentos ao mau gosto, com temas que vão do bombeiro, à família, da universalidade e (pasme-se) ao autarca.
Penafiel não quis ficar atrás e escolheu um conhecidíssimo escultor anónimo para conceber um monumento. Para que não ficasse com a responsabilidade total sobre o resultado da brincadeira propôs que fossem os visitantes da Feira Agrícola do Vale do Sousa a votar no mamarracho. E das duas propostas os portadores de bilhete da Agrival lá votaram naquele que parecia ser do mal o menos.
Um ordenado e empilhado conjunto de blocos de pedra deverá a partir de agora simbolizar a unidade do concelho.
Como autênticas donas de casa os autarcas olham agora para as rotundas como quem olha para uma cómoda. Não descansam enquanto não está carregada de bibelot's e vidrinhos da Marinha Grande.
Vítimas dessa vontade, de ver tudo bem carregadinho de monos espalhados pela cidade, quem entrar em Penafiel, dentro em breve, dará de caras com um mastodonte de granito com uma altura desproporcional e que tornará tudo mais carregado e cinzento.
Enquanto as cidades modernas tentam abrir espaços amplos, as cidades do Vale do Sousa compram arte pública na loja dos 300.