segunda-feira, setembro 29, 2003

Distracções

Na passada Quinta-feira um grupo bem catita de amigos reuniu-se à mesa para confraternizar, a propósito desse repasto coloquei aqui, bem visível, um post intitulado "A Confraria", as reacções não se fizeram esperar.
José vinha deu o mote:

"Primeiro ponto: não participei numa confraria, ou melhor em confraria de coisa nenhuma;
Segundo ponto: Não vi - até porque a luz ténue dos candeeiros a petróleo não deixa - "homens de direita com ar de bloquistas,comunistas com ar de Portistas, empresários das ferragens apaixonados por fotografia, jornalistas com tendência para as asneiras, jornalistas sem tendências e muitos tendenciosos..."
Terceiro ponto: juro que não dei pela presença de "lançadores de copos, extrovertidos, inibidos e candidatos a invertidos"
Quarto ponto: não cumpri "a nossa parte na semana gastronómica de Penafiel".
Nem era essa a minha intenção.
Quinto e último ponto: aceitei o convite de um amigo para me associar a outros tantos amigos num repasto íntimo. E gostei, porque gosto da presença de amigos. Tive ainda o privilégio de ver adicionado a esse grupo e à mesma mesa uma família local. O resto é nada, ou coisa nenhuma. Ou será que não estaríamos no mesmo local, à mesma hora, à mesma mesa?! Será que o repasto a que te referes é outro, então as minhas desculpas pelo atrevimento?! Ou então, esse "post" é uma provocação diarística, em forma de blogue."


José Vinha insigne Grande Repórter do "Comércio do Porto" tem aquela capacidade de nos surpreender nos momentos mais inacreditáveis.
Desta feita decidiu desmontar uma fantasiosa descrição de um jantar igual a tantos outros. É assim a vida de jornalista. A constante utilização de filtros na observação das realidades, que diariamente se nos atravessam, acaba por tornar mais secos e cinzentões os momentos mais prazenteiros.
Para ti, Zé, aquele terá sido só mais um jantar. Para mim uma reunião daquelas é um encontro do famoso bando da ladrões e salteadores criados e liderados por Tom Sawyer.
Um jantar entre amigos pode ser sempre uma enorme aventura, assim seja a predisposição com que o encaramos.
Uma coisa muito importante que não te deves esquecer, por muito jornalista que sejas nunca deixarás de ser o "Zeca", aquele que cria e destrói impérios, em meia hora, à mesa de um café. Tens a felicidade de não usar uns óculos da tua terra, por isso mesmo deves evitar a tentação de usar os óculos da profissão, cinzentos e politicamente correctos.
"Ou então, este "post" é uma provocação diarística, em forma de blogue"