segunda-feira, abril 05, 2004

Daniel Faria, por José Saramago

“É um poeta muito importante da sua geração. Hoje precisamos de ter um conhecimento mais profundo daquilo que fez. Desapareceu muito novo e não podemos imaginar onde poderia ter chegado.
Temos de ir mais fundo nas propostas que o Daniel Faria nos deixou, é algo que merece ser conhecido. Os romancistas têm mais sorte que os poetas, porque contam histórias e acabam por ser mais reconhecidos, mas a poesia dá mais do que dá um romance.
A leitura da poesia necessita de uma aprendizagem que vem de dentro. Fico feliz por saber que a Câmara Municipal de Penafiel e este ciclo vão lançar um prémio de poesia e uma homenagem ao Daniel Faria”

Penafiel, 03-04-04

noite inquieta

A inquietação deu lugar a uma tranquilidade proporcionada pelo mar de gente que encheu o pavilhão de feiras e exposições e pelo sereno desasossego da voz de José Saramago.
Falamos do Daniel Faria, falamos do mundo e do país que somos. Falamos dos "homens que são como lugares mal situados".
Falamos da sua poesia, daquela que ainda falta conhecer, daquela que um núcleo restrito guarda para si. Falamos da poesia que queremos ver pública e anunciada.
Falamos e ouvimos falar de um escritor deslocado que diz ter consciência que meteu o pé num formigueiro.