terça-feira, setembro 30, 2003

Rolling Stones

Zeus deixou cair, Sábado, o seu último e mais genuíno relâmpago. A descarga eléctrica rasgou a serenidade de uma noite jovem e pura como a água que a precedeu.
No horizonte a descarga desenhou quatro silhuetas, quatro rostos sulcados, oito mãos nodosas e sábias.
Na capa negra e carregada de Coimbra o relâmpago susteve-se e o ribombar do trovão durou mais de duas horas.
Há quem garanta que, no longo instante em que as respirações se suspenderam, se poderiam distinguir guitarras, baixos, baterias e vozes.
Os cérebros embriagados pela falta de oxigénio ouviram blues do Delta do Mississipi, protestos, manifestos, declarações de amor, ilusões e promessas de eternidade.
Um dia, em que este estranho fenómeno natural se extinga, poucos serão aqueles que recordarão o rejuvenescedor impacto da electricidade nas fragas. As mesmas pedras pelas quais ainda hoje, e ao fim de tantos anos, algumas cabrinhas se continuam a apaixonar.

segunda-feira, setembro 29, 2003

Para o Zé, com um abraço

Impressão Digital

"Os meus olhos são uns olhos,
e é com esses olhos uns
que eu vejo no mundo escolhos,
onde outros, com outros olhos,
nao vêem escolhos nenhuns.

Quem diz escolhos, diz flores!
De tudo o mesmo se diz!
Onde uns vêem luto e dores,
uns outros descobrem cores
do mais formoso matiz.

Pelas ruas e estradas
onde passa tanta gente,
uns vêem pedras pisadas,
mas outros gnomos e fadas
num halo resplandecente!!

Inutil seguir vizinhos,
querer ser depois ou ser antes.
Cada um é seus caminhos!
Onde Sancho vê moinhos,
D.Quixote vê gigantes.

Vê moinhos? São moinhos!
Vê gigantes? São gigantes!"

António Gedeão

Distracções

Na passada Quinta-feira um grupo bem catita de amigos reuniu-se à mesa para confraternizar, a propósito desse repasto coloquei aqui, bem visível, um post intitulado "A Confraria", as reacções não se fizeram esperar.
José vinha deu o mote:

"Primeiro ponto: não participei numa confraria, ou melhor em confraria de coisa nenhuma;
Segundo ponto: Não vi - até porque a luz ténue dos candeeiros a petróleo não deixa - "homens de direita com ar de bloquistas,comunistas com ar de Portistas, empresários das ferragens apaixonados por fotografia, jornalistas com tendência para as asneiras, jornalistas sem tendências e muitos tendenciosos..."
Terceiro ponto: juro que não dei pela presença de "lançadores de copos, extrovertidos, inibidos e candidatos a invertidos"
Quarto ponto: não cumpri "a nossa parte na semana gastronómica de Penafiel".
Nem era essa a minha intenção.
Quinto e último ponto: aceitei o convite de um amigo para me associar a outros tantos amigos num repasto íntimo. E gostei, porque gosto da presença de amigos. Tive ainda o privilégio de ver adicionado a esse grupo e à mesma mesa uma família local. O resto é nada, ou coisa nenhuma. Ou será que não estaríamos no mesmo local, à mesma hora, à mesma mesa?! Será que o repasto a que te referes é outro, então as minhas desculpas pelo atrevimento?! Ou então, esse "post" é uma provocação diarística, em forma de blogue."


José Vinha insigne Grande Repórter do "Comércio do Porto" tem aquela capacidade de nos surpreender nos momentos mais inacreditáveis.
Desta feita decidiu desmontar uma fantasiosa descrição de um jantar igual a tantos outros. É assim a vida de jornalista. A constante utilização de filtros na observação das realidades, que diariamente se nos atravessam, acaba por tornar mais secos e cinzentões os momentos mais prazenteiros.
Para ti, Zé, aquele terá sido só mais um jantar. Para mim uma reunião daquelas é um encontro do famoso bando da ladrões e salteadores criados e liderados por Tom Sawyer.
Um jantar entre amigos pode ser sempre uma enorme aventura, assim seja a predisposição com que o encaramos.
Uma coisa muito importante que não te deves esquecer, por muito jornalista que sejas nunca deixarás de ser o "Zeca", aquele que cria e destrói impérios, em meia hora, à mesa de um café. Tens a felicidade de não usar uns óculos da tua terra, por isso mesmo deves evitar a tentação de usar os óculos da profissão, cinzentos e politicamente correctos.
"Ou então, este "post" é uma provocação diarística, em forma de blogue"

Povo: os eleitos Vs os representantes

A propósito de um post intitulado "chá de autarca", o meu amigo Fernando Gaspar questiona, não a qualidade do eleito (que prontamente é identificado como um elemento deficitário em qualidades), mas sim, a qualidade do eleitor:

"De facto, é uma verdade nua e crua que a generalidade dos Autarcas do Vale do Sousa não são um grande exemplo de Qualidade. Mas pergunto eu:
quem os elegeu (e continua a eleger sucessivamente) terá alguma qualidade eleitoral?
Eu sei que são as vicissitudes da Democracia, mas é o que se pode arranjar."


Tenho que dizer que concordo com muito do pouco que o Fernando Gaspar aqui diz.
É um facto que em muitos concelhos o poder local foi o maior crime do pós-25 de Abril, mas também é um facto que cada concelho tem os autarcas que merece.
Colocado ante a escolha entre o eleito do povo e o representante do povo, prefiro o primeiro. E passo a explicar.
Há concelhos e cidades que me criam uma espécie de urticária, não pelas suas características endógenas, mas pelos indígenas que as habitam. Ainda assim, prefiro que esses autótocnes, com a estridência que lhes é habitual, se desloquem às urnas, do que se juntem e escolham um representante directo. Pois sempre que o fizeram lixaram-nos, para dizer o menos.
Porque será que os maiores torcionários sempre se apelidaram como representantes do Povo? Lenine, Estaline, Brejnev, Mao, Deng Chiao Ping, Fidel, Ceausescu, entre muitos outros constituem o "Hall of Fame" dos representantes do Povo.
Porque o Povo é assim mesmo, à primeira oportunidade, na primeira nesga de poder, sodomiza o parceiro e faz tábua rasa da sua antiga condição.
Vem nos livros, somos a única espécie que se mata por crueldade e prazer e nisso o Povo é exemplar.

Uma saborosa e tradicional discordância

O Jorge, tal qual eu esperava reagiu a uma alfinetada que lancei sobre a real gastronomia de Penafiel. Assim depois de uma visita à Cozinha de Quessus, que tão originalmente o Jorge Baptista criou, eis que surge uma resposta à provocação:

"Agradeço as referências e espero que o meu nome não tenha constado de entre aqueles "invocados ausentes". Só não percebi se não consideras o cozido e a cabidela pratos tipicos de Penafiel. Se tivesses falado do "cabrito à miradouro, bacalhau à farela, rojoes c/castanhas ou mousse de café" aínda te
entendia, mas isto?, não te esqueças que foste tu que falaste da farinheira nos rojoes que como eu te disse não é tradição desta região e aí é que reside a diferença, como sabemos o cozido faz-se um pouco por todo o país, mas a forma é que difere."


Meu caro Jorge temos que ser mais exactos.
Eu nunca falei em farinheira, mas sim em tripa enfarinhada, coisas muito diferentes. Ora vejamos. A farinheira é um enchido em tudo semelhante à alheira e produzido no Alentejo, não raras vezes aparece a acompanhar o cozido á portuguesa. já a tripa enfarinhada é bastante diferente, já que se trata não de um enchido tradicional, mas sim de uma tripa recheada com um misto de farinha e pimenta.
A tripa enfarinha é típica do Minho e tem fortes tradições na cidade do Porto pelo que me custa a crer que tal tradição não se tenha também radicado em Penafiel. Mas vou-me informar.
Quanto ao resto.
Acho que não tens razão na história do cozido e da cabidela. Porque se assim fosse, a sardinha assada, a caldeirada de bacalhau e o bife com batatas fritas, também eram típicos de Penafiel.
Custa muito ver nascer algumas tradições à pressa, ou seja, a martelo como algum vinho.
Quando associamos o nome de um concelho a uma semana gastronómica com pratos tradicionais temos de saber o que queremos.
Ou apostamos numa semana de pratos tradicionais portugueses (e aí entra tudo), ou então apostamos numa gastronomia típicamente penafidelense assente numa pesquisa que defina regras exactas quanto ao que é ou não é tradicional.
Mousse de café suponho que nem do vasto mundo da gastronomia lusa faz parte, devendo com alguma certeza fazer parte de um outro qualquer hemisfério gustativo.
O bife com batatas fritas, lá porque em Paredes ou Fornos de Algodres leva arroz de nabiças a acompanhar, não faz dele um prato típico dessas duas localidades. Podemos inventar o que quisermos mas será sempre um bife com batatas fritas.
Quanto à tua Cozinha tenho a dizer que gostei da informalidade e do sabor genuíno das iguarias.
Um abraço

sexta-feira, setembro 26, 2003

A satisfação

Amanhã não escrevo nem uma linha, estarei demasiado ocupado nessa viagem no tempo, em que cerca de 40 mil almas vão embarcar para os lados de Coimbra.
A Eucaristia começa às 6 da tarde, mas só lá para as 10 é que o diácono Jagger entrará em palco suplicando alguma simpatia pelo Diabo.
Oremos

A água

Hoje, quando já toda a gente estiver estourada pela discussão e verborreia de pontos intermináveis na ordem de trabalhos da Assembleia Municipal, vai ter lugar o primeiro round de um combate que se afigura longo extenuante: a privatização do sistema de abastecimento de água e saneamento.
Desta vez livrei-me de aturar aqueles deputados que falam de 5 em 5 minutos para dizer nada. Vou assistir só ao último ponto, o mais sumarento.
À semelhança de outros sítios, outras cidades, outros processos, também aqui vamos ter um chorrilho de suspeitas, um sem fim de acusações veladas, um inúmero rol de actividades suspeitas sob investigação.
Vamos ter concursos impugnados, recursos e declarações de voto.
Assim será este processo.
Tudo por causa da concessão do abastecimento de água.
Como é que terá sido a concessão do abastecimento de vinho e cerveja, alguém terá registo desses processos, listagens de mortos e feridos?

A confraria

A confraria reuniu-se eram 9 horas de uma noite de quinta-feira.
Houve homens de direita com ar de bloquistas, houve comunistas com ar de Portistas (entenda-se seguidores de Paulo Portas), empresários das ferragens apaixonados por fotografia, jornalistas com tendência para as asneiras, jornalistas sem tendências e muitos tendenciosos.
Se a tudo isto somarmos lançadores de copos, extrovertidos, inibidos e candidatos a invertidos, eramos 13.
Iluminados por candeeiros a petróleo, algures entre Rans e Duas Igrejas, os confrades atacam com violento apetite duas paneladas de rojões, com batatinhas, pingue. Tudo solenemente acompanhado pelo tostadíssimo arroz de forno.
Cumprimos assim a nossa parte na semana gastronómica de Penafiel. A mesma semana que fez do bacalhau com broa, cozido á portuguesa e arroz de cabidela pratos típicos de Penafiel.
Assim vai a tipicidade de uma cidade com mais de 200 anos.
Ultrapassados alguns rigores gastronómicos, deixamo-nos quedar por um café de chocolateira, com açúcar amarelo.
Jantamos, provocamos e invocamos muitos ausentes.
São assim os nossos jantares de língua afiada.

quinta-feira, setembro 25, 2003

Erotismo e Pornografia

Instado a comentar o dia europeu sem carros de Paredes, o meu caro amigo José Vinha afirmou...

Que queres dizer com tanta intensidade erótica? Será que essa cidade te dá
um prazer "desmesurado"? Por que razão te excita tanto o "roço erótico sem
paralelo das varandas dos apartamentos"!?! Cá por mim, esse erotismo todo dá
gozo, tanto mais que sou fã de varandas atrevidas que "roçam" todos os
imaginários, e como sabes não tenho por vizinha uma varanda, nem nenhuma
inquilina roçona... pena, pois é.Quanto ao "roço" e à intensidade erótica que colocas nas varandas,
juro, foi uma novidade do caraças...


Zé Vinha surpreendes-me com a tua estupfacção. Só quem não percorre as ruas e ruelas de Paredes, a que teimam chamar avenidas, é que não vê o languido roçar das esquinas das varandas. Só quem anda distraído é que não percebe como se arrastam os prédios, para que, a escassos centímetros de distância, sintam a respiração e exaustão dos seus congéneres.
Isto é erotismo, a forma como se colam azulejos com azulejos, como as esquinas se tocam, como as janelas e varandas se entreolham.
E é erotismo porque a maioria dos apartamentos está vazia. Ninguém lhes pega. Jazem sós e desocupados.
No dia em que as almas de Lordelo, Bitarães, Rebordosa ou Vila Cova de Carros se perderem de amores pela ubarnidade paredense, passamos ao estado de pornografia.
Quando as donas de casa espirrarem e o jornal do vizinho voar, quando as mais elementares regras de privacidade e intimidade começarem a ser quebradas, pura e simplesmente, porque não há espaço para as manter intactas, aí sim, aí viveremos na mais explícita e pobre pornografia.
Tu, Zé Vinha, que não vives num condomínio, jamais perceberás estes lamentos e a diferença entre o erotismo e a pornografia do betão.
Um abraço

quarta-feira, setembro 24, 2003

Chá de autarca

Já, em vários momentos, aludi à falta de qualidade de alguns dos autarcas do Vale do Sousa. Nada de especial. Trata-se de um mal de que padece o país.
Mas no Vale do Sousa a questão faz mais sentido. Não que estes autarcas sejam muito piores do que os outros. Mas porque se trata da segunda região mais pobre do país. Se já é intrinsecamente pobre porque é que tem de ser fustigada com a pobreza de quem a dirige.
Vem isto a propósito de um daqueles fait-divers de que é feita a vida política.
Estava eu num concurso ibérico de jovens estilistas, quando se abateu sobre a plateia uma bátega de água, daquelas que não estão previstas nos dias que desenham Setembro.
O júri do concurso aguentou, o público aguentou, os jornalistas aguentaram, os estilistas aguentaram e os manequins também. O presidente da autarquia, anfitrião do evento, aproveitou uma breve pausa e quase que irónicamente desejou uma "muito boa noite" e abalou rumo ao conforto do lar.
Se ao menos ele tivesse aproveitado para tomar uma chávena de chá, daquele que ou se toma em pequeno ou então....

terça-feira, setembro 23, 2003

Estaline ou "Koba o terrível"

Este post é dirigido a um amigo de muitas discussões, Fernando Gaspar.
O Gaspar bem podia ser um fantasma (ou não fosse comunista), mas não, é gente de forte presença e voz efectiva.
Escrevo agora para o Gaspar porque, desde o momento em que parti para umas férias forçadas, estou em dívida para com um dos meus cerca de três leitores.
É certo que o mail que ele me enviou já perdeu a actualidade, por isso mesmo decidi pegar numa das mais fantásticas leituras do último mês e avançar com uma provocação.
O livro chama-se "Koba o terrível" de um dos meus escritores preferidos, Martin Amis.
Numa viagem por memórias e relatos do negro terror estalinista, Martin Amis recorda quatro momentos hilariantes de Estaline.
O meu favorito é uma provocação para o Gaspar:

Estava a invasão nazi com cerca de uma semana, em pleno território russo, quando Estaline num raro momento de lucidez afirmou aos seus correligionários "Lenine deixou-nos uma grande herança e nós, seus herdeiros, fodemos tudo".
E ainda dizem que eles vivem numa realidade paralela.

Os fenómenos de Paredes

Paredes, cidade em que habito em part-time, é um daqueles locais a que uma qualquer lei decidiu conferir o estatuto de cidade, mas que nunca será um espaço de urbanidade.
Sufocada por uma política de construção desmesurada, em que as varandas dos apartamentos se roçam num jogo erótico sem paralelo, é agora um território descaracterizado. Uma amalgama de edifícios e rotundas, um exercício de novo-riquismo e falta de gosto.
Ontem Paredes foi mais uma das cidades que aderiu ao dia europeu sem carros, Na falta de melhor, a autarquia decidiu fechar a circulação automóvel em redor do jardim central da cidade, o mesmo jardim que serve de hall de entrada da Câmara Municipal.
Durante todo o dia o presidente da autarquia pode olhar pela janela e pensar "que sossegada é esta cidade sem carros", pelo menos sem a meia dúzia de carros que por ali circulam durante o dia.
Poucos foram aqueles que repararam na efeméride, talvez só mesmo quem tiver tido a necessidade de recorrer a uma das duas farmácias da cidade.
Numa cidade cujo planeamento se assemelha ao de um quarto de um adolescente pouco ou nada adianta dizer que durante meia dúzia de horas ele não vai poder entrar no quarto. É inócuo. O quarto vai continuar a mesma bagunça e porcaria, só não vai piorar durante meia dúzia de horas, pois assim que o adolescente puder entrar no quarto vamos ter mais bagunça.
E ainda há quem tenha a lata de comemorar o dia com uma sessão de fogo de artifício.
Em minha casa, a escassos metros do foguetório, fizemos um consternado minuto de silêncio

A minha mãe

Os amigos são assim quando menos esperamos metem a nossa mãe num blog.
Pois que assim seja.
Para o JP Couto pequenino vai um abraço?

quinta-feira, setembro 18, 2003

Mark Twain

Primeiro fiquei deslumbrado com os contos, depois satisfeito com o homem que corrompeu Hadleyburg. Agora ando feliz com a companhia de três amigos o Huck, o Jim e o o grande Mark.
Obrigado Carlos

segunda-feira, setembro 08, 2003

Abraços atrasados

Dois abraços especiais para dois companheiros de blogosfera.
O primeiro vai para um fotógrafo por quem nutro uma admiração especial. O J P Coutinho é um fotógrafo e pêras. Um fotógrafo com um olhar profundamente humano e terno. Gosto de pensar que, de quando em vez, a sorte faz com trabalhemos em conjunto. Essa mesma fortuna faz com que nos emocionemos em conjunto, como quando relatamos a história de um menino drogado consumia heroína desde os 5-6 anos e que aos 11 anos foi por nós descoberto numa casa abandonada, em plena ressaca, paredes meias com um tio que lhe fornecia as doses diariamente.
Como ninguém, o J P Coutinho captou uma história dramática, sem facilitismos ou concessões aos espíritos mais pornográficos.
Desde esse dia que te estou a dever um enorme "Obrigado".
Podem ter esquecido o que disse nessa altura, mas por certo não esqueceram a silhueta desse menino.
Agora sei que posso apreciar, com outra calma, o teu trabalho através do Via Dupla
Por fim um abraço para um companheiro de lides tauromáquicas, que prometo visitar regularmente lá no alto da sua Serra Mãe

Entre Pedras, Palavras

Por pouco este espaço não passou a ser conhecido por "Entre Pedras, Silêncio". Uma gorada travessia do rio que dizem separar os vivos dos outros fez com que Entre Pedras continuassem a soar palavras.
Este post é um recomeço. Nada mudou. Com a mesma respiração de sempre, sofrega e forte, as palavras continuarão a sair com a regularidade do costume e a acidez habitual.
Para os amigos fica aquele abraço de quem sabe com quem conta.